sábado, 24 de julho de 2010

Sem ti, indo

Hey, baby. Tão frio aqui, tão frio.
Eu tenho sentido tua falta todos esses dias, tenho tido meu sono perturbado por ti e por tuas palavras. Percebi como a vida é engraçada, de todos os delírios que eu tive sobre coisas inexistentes; olha só o que tu me fez sentir! Achei que não era real, mas de repente me peguei pensando, e sem ti'ndo, e sonhando... E no que foi que eu me meti?
Tão frio aqui, baby. Tão frio.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Polifilosofia

Peço perdão se vai contra minha constante insatisfação de ser. Peço também que escute minhas palavras: se trata minha ação como insatisfação, temo dizer-te que estás plenamente errado. Nada como ajo tem a ver com insatisfação, senão com uma enorme fascinação com o mundo que me cerca. Isso que referes como insatisfação minha nada mais é do que ansiedade. Ansiedade em todos os sentidos. Ansiedade de ver coisas novas, de viver momentos ainda não presenciados, de sentir coisas que ainda não foram sentidas... De refazer a própria vida sem precisar morrer. Não percebes que muitas pessoas passam todos seus anos de vida sendo aquilo que foram pré-destinadas a ser e fazer? E se de fato existe uma outra vida, só lá vão mudar suas condições - ainda que mudem. Confesso que também desacreditava do destino, mas agora começo a aceitá-lo: destino nada mais é do que aquilo que aconteceria naturalmente não fosse a sua ação. Não fosse a sua ansiedade de fazer ou não fazer. Começo a reconhecer a existência do destino e continuo a não aceitá-lo. O destino assemelha-se muito a um piloto automático, e que graça tem usufruir disso? Não viver as emoções, não estar atento a pista à sua frente, não ter o prazer de acelerar nos trechos permitidos e a cautela de desacelerar quando é preciso? Não ter o prazer de parar algumas horas ou até mesmo dias, pra poder fazer coisas que só podem ser feitas quando não estás em constante movimento? Acredito também que o movimento é essencial, porém toda pausa é necessária. Compreendo também que nada me compreendes, mas entendo a sua posição. Cada um crê nas suas próprias condições, busca e desenvolve sua própria necessidade. Por isso peço perdão, mas não que isso seja de todo verdadeiro: a mentira também me parece necessária nesses casos. Realmente não me sinto obrigada a desculpar-me, mas também não interfere-me em nada o fazê-lo. Sei que não concordas com o que digo, mas ao menos agora conhece minhas palavras. Isso também acho vital. Conhecer e saber ver de diversas formas e ângulos e dimensões. Peço perdão por minha prolongação, mas poucas palavras só estão para mim oralmente. Quando trato de utilizá-las na escrita, não há limite para expressar-se.

(...) Continuará, provavelmente, num outro dia qualquer.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Paradoxal

Ela não lembrava muita coisa do passado daquela amizade, não lembrava muito bem em quais palavras havia surgido e nem a consequência de tal aproximação. Mas lembrava das últimas risadas numa tarde amarga de inverno, da chuva torrencial caindo sobre elas e de um guarda-chuva quase estragado. Lembrava das ruas desconhecidos e de uma busca qualquer, essa qual ela já não mais recordava o que era. E não lembrava dos motivos ou dos assuntos, mas lembrava do sentimento de ter em seus lábios um sorriso largo pendente, uma sensação eufórica preenchendo suas entranhas enquanto o ar rarefeito lutava para percorrer seus pulmões. Ela não lembrava muito bem o que, mas lembrava como... E sentia falta.
Depois desse episódio prolongado por no máximo uma hora, muitas outras coisas aconteceram. E ela também não se lembra como, onde e em qual momento as situações se reverteram: a chuva diminuiu, o frio aumentou descomunalmente. Risos irônicos substituíram os felizes, palavras sinceras e duras substituiriam as bobagens anteriormente ditas. Interferências de terceiros, objeções e trocas de pensamentos: de repente toda a euforia esvaiu-se e ela se viu finalmente sozinha, novamente, trancada no próprio coração.

O que substituiria aquela estranha situação?

domingo, 11 de julho de 2010

Rotina - I

- Hum, você tem andado diferente - ele comentou olhando através da janela do ônibus.
- Tenho, é? - a menina indagou enquanto passava pela roleta, entregando-lhe o dinheiro com desinteresse.
Sentou-se à dois bancos de distância e se pôs a observar a paisagem exterior. Instintivamente, o pé batia no chão ritmicamente. O ônibus andava acelerado, pegando todas os sinais abertos, ainda que ela não se desse realmente conta disso.
O tempo passou despercebível. Num perder de olhos pra janela, numa desconcentração momentânea da retina, ela finalmente ouviu a voz insistente a chamando:
- Você perdeu a parada mais uma vez.
- Perdi, é? - ela indagou virando o rosto, fitando o cobrador que tornara a falar.
Não se moveu, esperou que o ônibus parasse em outro sinal qualquer e levantou-se, segurando nos hastes percorrendo o ônibus até a porta de saída.
- Você tem... - ela ouviu a voz novamente, e apertou o botão solicitando a parada.
- É, eu sei. Diferente - ela concordou, resmungando silenciosamente e descendo assim que o ônibus abruptamente freou. Pulou os degraus simplesmente, e uma vez que os pés tocaram a calçada basáltica, o ônibus arrancou com um assovio do cobrador.
Igualmente.

Vai?

Ah, mas ah, também não me importa mais momentâneamente. Chega de ser estabelecido, certo, correto. Deixar ser impreciso e novo, e que seja sempre assim, nada cansante...
Qual o objetivo de tudo isso? Até que eu não descubra vou continuar me contradizendo e questionando. E que cada um faça o que queira. E que cada um diga o que queira. E isso tudo vai dar sempre na mesma...
Não vai?

sexta-feira, 9 de julho de 2010

"Serassim"

Começarei sendo sincera: não sei o que se passa e não sei o que passou até então. Só sei que aconteceu, que vivi e me decepcionei e por ora me alegrei. E sei, por fim, que passou. Mas sei que meu coração tem estado apertado, tem estado confiante e confidente, ansiado por uma confirmação sentimental. Meus ouvidos estão atentos, buscando as palavras certas a serem ouvidas. E eu tenho me decepcionado, mas tenho ganhado muito... tenho vivido muito e ouvido coisas que eu não queria ouvir, mas que acabaram me saindo melhores e mais belas do que, por hora, as que eu queria ter ouvido. Porque cheguei mais uma vez a conclusão de sempre: o incerto, o surpreso, tudo aquilo que a gente não aguarda vem. E tudo isso é melhor do que as esperanças que a gente guarda e consome cegamente, sem ter noção de sentido. A verdade é que eu vou continuar aqui, hermética, lendo e medindo o milhão de informações que eu encontro nos olhos à toa. Vou continuar como sempre, mas vou questionar mais do que nunca. Até que todas minhas perguntas cessem e aí sim, eu não terei rumo. Terminarei sendo sincera.

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Perímetro

É que às vezes bate aquela urgência
Aquela ansiedade de ter à mão um objeto
É que me parece tão facil, tão alcançável...
Que se um simples tropeço ocorre
o presente se desmancha
Se cada um de nós der um passo,
será que não ajuda?
Sorri, me olha...
E eu retribuo dizendo "Tudo bem".
Vai em frente.
Eu estou bem em frente.

sábado, 3 de julho de 2010

Dessa vez mais uma vez

Tantas coisas eu queria te dizer, eu fico aqui te imaginando, cada dia diferente, cada dia de uma forma distinta e surpreendente. Eu aqui sonhando e lembrando do passado e projetando um futuro inexistente, eu aqui alegre com meus pensamentos displicentes, eu aqui, sozinha, vazia... tão cheia de emoções diluídas no conceito de realidade e eu aqui, não me importando, mas sim implorando por mais...

Verão, calor, noite, casa vazia, uma música nova que me trás lembranças... Um frio na espinha, um coração certeiro e endividado com a vida. Os pés altos e eu aqui, eu aqui com minha mente insana como de costume, como sempre foi e como sempre será até que eu tenha algum vão controle sobre ela.

Vê o que acontece? Vê o que tanto tento dizer? Vem pra cá, se junta nesse chá amargo e deixa o dia escurecer. Vamos imaginar juntos dessa vez.