hoje lúcia ouviu minhas alegrias.
quando lúcia tiver minha idade, saberá do que eu estou falando
é aquela época em que tudo se perde e tudo se encontra
por mais que o que se encontre não seja exatamente o que você procura
lúcia ainda não é capaz de entender essas coisas
mas certamente ficará tão feliz quanto quando chegar sua vez.
um olhar conhecido. uma mensagem amiga. um sorriso provocado. declarações inusitadas.
lúcia, quando chegar a época de você viver isso
eu vou estar ao seu lado pra olhar com os mesmos olhos de agora
como é bela e inusitada a felicidade nessa idade.
quinta-feira, 28 de novembro de 2013
sexta-feira, 15 de novembro de 2013
decompõe-se a composição dentro de mim
meu coração é nascente de acordes
melodias e versos que compõem uma canção
meu bem, tenho ouvido-a tanto,
mas hoje ela já é desolação
aos poucos esses versos foram arrumando-se
encaixando-se ao descompassar do coração meu
e se às vezes encontro um ritmo
hoje, é com pesar, que já não o tenho...
a saudade é um veneno
que desafina meus instrumentos
embarga minha voz
e faz das lembranças nós
meu samba aos poucos morre
e tudo isso de repente vira nada
- quiça, alguma memória -
e agora o único que me resta é um blues choroso.
sábado, 26 de outubro de 2013
pingos
chu
va
que
cai
chu
va
que
mo
lha
chu
va
que
faz
cres
cer
chu
va
que
bro
ta
chu
va
que
amo
que
en
g'a
na
e
vai
em
bo
ra
va
que
cai
chu
va
que
mo
lha
chu
va
que
faz
cres
cer
chu
va
que
bro
ta
chu
va
que
amo
que
en
g'a
na
e
vai
em
bo
ra
domingo, 13 de outubro de 2013
aleatório
Domingos cor de violeta. Eu seguro suas mãos e mergulho em seus olhos. E um mar meio encoberto derrama-se em maré por cima de mim... As crianças que correm nos parques estão todas escondidas. Os pássaros não desistem de cantar... mas as flores da primavera antecipam outono. E as cores de um dia indeciso vão-me invadindo. Mas no fundo, tudo é violeta. E a verdade me inebria com sua humildade. Meu sorriso é largo em gratidão. Notas de piano ecoam em meus ouvidos numa memória distante, as crianças que correm nos parques se escondem dentro de mim. Sorrisos, gritos de alegria, correrias... Eu sou o esconderijo pra tudo. E vou escondo o mundo. Trancafiando a memória de tudo... e sorrio tudo que há dentro de mim. As notas de piano entoam uma canção. Meu bem, carregar o mundo é também solidão.
sexta-feira, 27 de setembro de 2013
cortina do tempo
o céu, escuro, prepara-se para a chuva
e o azul aos poucos descolore-se em breu
meu peito pulsa sanguinário caminho constante
que aos poucos quagula em saudade do amor teu
e meu desejo abranda o momento
e meus ímpares olhos se fecham em resgate
e tudo que eu tenho nesse instante
é a tua lembrança - e o trovoar ressoante
a lua preenche o céu devagar
num paradoxo de nuvens que recobrem o luar
e a escuridão toma conta de mim
porque só assim - só assim! -
as memórias se aproximam do real
e só então teus olhos
- breus e meus -
caem, dando espaço à memória
que vive sempre
e nunca dorme.
e o azul aos poucos descolore-se em breu
meu peito pulsa sanguinário caminho constante
que aos poucos quagula em saudade do amor teu
e meu desejo abranda o momento
e meus ímpares olhos se fecham em resgate
e tudo que eu tenho nesse instante
é a tua lembrança - e o trovoar ressoante
a lua preenche o céu devagar
num paradoxo de nuvens que recobrem o luar
e a escuridão toma conta de mim
porque só assim - só assim! -
as memórias se aproximam do real
e só então teus olhos
- breus e meus -
caem, dando espaço à memória
que vive sempre
e nunca dorme.
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
encontre-me no equinócio
e mudam as estações
e agora, menino, é primavera
e as flores dividem lugar com os sonhos que passam correndo a 120 km/h nessa estrada
e veja, meu bem, a bossa retorna
e cada som novo desabrocha
pétala por pétala dessa estação nova
e tuas palavras, enfim, são escutadas...
e os acordes dizem muito sobre o que se descobre.
e a chuva que cai só me lembra você
e a noite escura me lembra você
e a luz encoberta aos poucos dá espaço pra um amanhecer,
também encoberto,
que me lembra você.
e veja menino, quão boa eu sou?
de estar aqui agora satisfeita apenas olhando pro céu e lembrando, lembrando
enquanto amanhece
enquanto o coração se aquece
e apesar das saudades,
e apesar das lembranças
é quase como se, caso não houvesse espera...
em nada seria primavera.
e agora, menino, é primavera
e as flores dividem lugar com os sonhos que passam correndo a 120 km/h nessa estrada
e veja, meu bem, a bossa retorna
e cada som novo desabrocha
pétala por pétala dessa estação nova
e tuas palavras, enfim, são escutadas...
e os acordes dizem muito sobre o que se descobre.
e a chuva que cai só me lembra você
e a noite escura me lembra você
e a luz encoberta aos poucos dá espaço pra um amanhecer,
também encoberto,
que me lembra você.
e veja menino, quão boa eu sou?
de estar aqui agora satisfeita apenas olhando pro céu e lembrando, lembrando
enquanto amanhece
enquanto o coração se aquece
e apesar das saudades,
e apesar das lembranças
é quase como se, caso não houvesse espera...
em nada seria primavera.
quarta-feira, 11 de setembro de 2013
sobre placas de trânsito
como é bom voltar.
voltar a um estado de ser que você conhece.
voltar a ser alguém que você conhece.
voltar a sentir coisas que você conhece...
saber como lidar. saber como viver.
saber apreciar os dias e perder o fôlego com as pequenas coisas
e apenas ser.
como é bom voltar.
e mesmo sabendo que "qualquer viagem é uma ida sem volta"
e mesmo concordando
então digo que só se viaja uma única vez. e lá se fica.
e tentei outros destinos
tentei outros caminhos
experimentei diferentes rotas, estradas e marchas
e como é bom voltar.
o coração da gente é ponto turístico.
é mão única. linha tracejada.
ultrapassagem sem limites.
mas também parada obrigatória.
voltar a um estado de ser que você conhece.
voltar a ser alguém que você conhece.
voltar a sentir coisas que você conhece...
saber como lidar. saber como viver.
saber apreciar os dias e perder o fôlego com as pequenas coisas
e apenas ser.
como é bom voltar.
e mesmo sabendo que "qualquer viagem é uma ida sem volta"
e mesmo concordando
então digo que só se viaja uma única vez. e lá se fica.
e tentei outros destinos
tentei outros caminhos
experimentei diferentes rotas, estradas e marchas
e como é bom voltar.
o coração da gente é ponto turístico.
é mão única. linha tracejada.
ultrapassagem sem limites.
mas também parada obrigatória.
quarta-feira, 6 de março de 2013
presente
fico imaginando o porquê de tudo ter acontecido desse jeito pra gente.
uma manhã chuvosa surge com um sol apagado.
a água cai sobre meus ombros. meus pés resvalam na lama que cospe meu coração.
os passos não me levam a lugar nenhum. ouço a melodia romântica com ceticismo e certa desolação.
lembro das vontades que sinto.
agarrar teus braços por trás e te puxar pra perto.
tomar um gole do teu whisky.
que tu entenda a mensagem no meu sorriso.
e imagino novamente o porquê de tudo ter acontecido desse jeito pra gente.
eu tento te amar e dizer que preciso ficar com você.
eu tento me convencer que isso tudo é só besteira e eu voltei pra adolescência.
eu lembro como era bom te ter por perto.
eu lembro que ainda sou adolescente...
percebo que a moldura que contorna tuas memórias é floral;
e uma brisa suave sopra no meu ouvido quando aquele acorde começa.
lembro do teu riso.
lembro do teu nervosismo.
de como tu se expressa mal.
e os desejos que eu sinto...
segurar tuas orelhas.
rir da tua barba.
poder dizer as coisas que eu quero
e que essas coisas sejam verdadeiras.
poder dar um sumiço em todo mundo
e que a gente se recrie um pro outro.
dizer que esse texto é pra você...
e saber aproveitar melhor os momentos
em que a gente se perde na confusão um do outro.
imagino um momento pra isso
e desejo que fosse verdade.
paro.
peço.
que seja verdade.
uma manhã chuvosa surge com um sol apagado.
a água cai sobre meus ombros. meus pés resvalam na lama que cospe meu coração.
os passos não me levam a lugar nenhum. ouço a melodia romântica com ceticismo e certa desolação.
lembro das vontades que sinto.
agarrar teus braços por trás e te puxar pra perto.
tomar um gole do teu whisky.
que tu entenda a mensagem no meu sorriso.
e imagino novamente o porquê de tudo ter acontecido desse jeito pra gente.
eu tento te amar e dizer que preciso ficar com você.
eu tento me convencer que isso tudo é só besteira e eu voltei pra adolescência.
eu lembro como era bom te ter por perto.
eu lembro que ainda sou adolescente...
percebo que a moldura que contorna tuas memórias é floral;
e uma brisa suave sopra no meu ouvido quando aquele acorde começa.
lembro do teu riso.
lembro do teu nervosismo.
de como tu se expressa mal.
e os desejos que eu sinto...
segurar tuas orelhas.
rir da tua barba.
poder dizer as coisas que eu quero
e que essas coisas sejam verdadeiras.
poder dar um sumiço em todo mundo
e que a gente se recrie um pro outro.
dizer que esse texto é pra você...
e saber aproveitar melhor os momentos
em que a gente se perde na confusão um do outro.
imagino um momento pra isso
e desejo que fosse verdade.
paro.
peço.
que seja verdade.
domingo, 3 de fevereiro de 2013
negro amor
acordei num domingo diferente.
acordei num domingo, porque ao contrário de se acordar em outros dias, não acordei "naquela manhã de segunda", "às dez horas da terça" ou "ao amanhecer de quinta-feira".
acordei num domingo. diferente.
meu coração encara teus olhos com um sorriso gigantesco. de alívio.
não foi assim que eu sonhei nossa vida.
[mas a vida não permite ensaios.]
naquele sorriso tão fácil que me corroía por dentro - como posso sorrir com um sentimento desses?
mas decidi dizer pra ti que tu te fosse.
é como se meu coração tivesse sido
bombeado todo esse tempo por um gás de hélio interminável.
bastou um voo e algum descanso.
e depois desse descanso e desse voo e tanto
eu acordo - num domingo - e esvaziou.
ambos poderíamos tentar bombeá-lo novamente.
ah, mas as explosões que o amor que acaba causa...
é finalmente como se meu coração tivesse sido
bombeado todo esse tempo por um gás de hélio inflamável.
[sei que dói quando chega ao fim.]
então ainda olhando naqueles teus olhos - negro amor
de repente parece que tudo era pra ter sido assim
minha cabeça que mirabola fantasias e não imagina nenhum fim
por fim, sempre ironicamente, atinge um clímax
digno de bergman e lua cheia.
estou meio atrasada, reconheço
mas finalmente vejo nos teus olhos um brilho que desconheço
[na escuridão qualquer luz parece resposta.]
agora entendo como um coração solitário se destroça.
só não entendo como sorrio enquanto isso acontece...
simples assim: tu nunca foi meu. eu - muito menos - nunca fui tua.
não se engane com meu despreso: meu carinho é maior que qualquer coisa que alguma vez a gente pode ter.
meu carinho é enorme e eu ainda sinto vontade de te abraçar e sorrir contigo.
mas a gente nunca foi um do outro. nunca acordamos num domingo - eu sempre acordei em lençóis
e tu sempre acordou em sonho.
agora, livre pra acordar no meu domingo,
me sinto finalmente livre pra sorrir...
finalmente livre pra reconhecer que tudo isso teve fim.
[o tapete sem você voou.]
[and it's all over now, baby blue.]
acordei num domingo, porque ao contrário de se acordar em outros dias, não acordei "naquela manhã de segunda", "às dez horas da terça" ou "ao amanhecer de quinta-feira".
acordei num domingo. diferente.
meu coração encara teus olhos com um sorriso gigantesco. de alívio.
não foi assim que eu sonhei nossa vida.
[mas a vida não permite ensaios.]
naquele sorriso tão fácil que me corroía por dentro - como posso sorrir com um sentimento desses?
mas decidi dizer pra ti que tu te fosse.
é como se meu coração tivesse sido
bombeado todo esse tempo por um gás de hélio interminável.
bastou um voo e algum descanso.
e depois desse descanso e desse voo e tanto
eu acordo - num domingo - e esvaziou.
ambos poderíamos tentar bombeá-lo novamente.
ah, mas as explosões que o amor que acaba causa...
é finalmente como se meu coração tivesse sido
bombeado todo esse tempo por um gás de hélio inflamável.
[sei que dói quando chega ao fim.]
então ainda olhando naqueles teus olhos - negro amor
de repente parece que tudo era pra ter sido assim
minha cabeça que mirabola fantasias e não imagina nenhum fim
por fim, sempre ironicamente, atinge um clímax
digno de bergman e lua cheia.
estou meio atrasada, reconheço
mas finalmente vejo nos teus olhos um brilho que desconheço
[na escuridão qualquer luz parece resposta.]
agora entendo como um coração solitário se destroça.
só não entendo como sorrio enquanto isso acontece...
simples assim: tu nunca foi meu. eu - muito menos - nunca fui tua.
não se engane com meu despreso: meu carinho é maior que qualquer coisa que alguma vez a gente pode ter.
meu carinho é enorme e eu ainda sinto vontade de te abraçar e sorrir contigo.
mas a gente nunca foi um do outro. nunca acordamos num domingo - eu sempre acordei em lençóis
e tu sempre acordou em sonho.
agora, livre pra acordar no meu domingo,
me sinto finalmente livre pra sorrir...
finalmente livre pra reconhecer que tudo isso teve fim.
[o tapete sem você voou.]
[and it's all over now, baby blue.]
domingo, 27 de janeiro de 2013
pelas pequenas explosões do corpo
a gente morre a cada instante, a cada momento. cada suspiro que damos é um passo mais próximo do fim. morremos ao ouvir um não, morremos por uma decepção, morremos ao ver uma criança chorar, morremos ao ver uma mãe perder seu filho mas principalmente morremos por ver que os outros morrem - e além das nossas formas pequenas de morrer, se vão pra valer.
meu coração bate numa marcha que não faz jus ao carnaval que se aproxima, não faz jus a última festa que eu fui, não faz juz ao último olhar que apreciei. bate num ritmo que as paradas de sucesso desconhecem, que o cotidiano ignora e a gente esquece que acontece. essa marcha abunda os ouvidos e demora um tempo para processarmos o que ela anuncia: um nó na garganta, os olhos pesados, um choque capaz de nos deixar estáticos quando o que queríamos era gritar pelo mundo.
uma sensação completa de incapacidade, indiferença às trivilidades, de pequenez e fragilidade. nas pequenas explosões que nos preenchem o corpo, nos fazendo morrer um pouquinho a cada instante, deixamos queimar tolices, futilidades, nos lembramos do valor da cumplicidade, do companheirismo, da convivência e da simplicidade. agradecemos por estar exatamente onde estamos.
pelas pequenas explosões do corpo, descobrimos o mundo. mas também aprendemos a deixá-lo.
às vítimas da tragédia aqui em Santa Maria, apenas espero que, anterior ao horror vivenciado, tenham vivido suas vidas com muita beleza. e que saibam que não importa quem sejam, dimensionaram pequenas explosões em um sentimento: morremos todos. mas agora, nos reconstruíremos para a vida. aos familiares e amigos, toda a força desse mundo, e que saibam encontrar um caminho de volta e conforto em seus corações.
meu coração bate numa marcha que não faz jus ao carnaval que se aproxima, não faz jus a última festa que eu fui, não faz juz ao último olhar que apreciei. bate num ritmo que as paradas de sucesso desconhecem, que o cotidiano ignora e a gente esquece que acontece. essa marcha abunda os ouvidos e demora um tempo para processarmos o que ela anuncia: um nó na garganta, os olhos pesados, um choque capaz de nos deixar estáticos quando o que queríamos era gritar pelo mundo.
uma sensação completa de incapacidade, indiferença às trivilidades, de pequenez e fragilidade. nas pequenas explosões que nos preenchem o corpo, nos fazendo morrer um pouquinho a cada instante, deixamos queimar tolices, futilidades, nos lembramos do valor da cumplicidade, do companheirismo, da convivência e da simplicidade. agradecemos por estar exatamente onde estamos.
pelas pequenas explosões do corpo, descobrimos o mundo. mas também aprendemos a deixá-lo.
às vítimas da tragédia aqui em Santa Maria, apenas espero que, anterior ao horror vivenciado, tenham vivido suas vidas com muita beleza. e que saibam que não importa quem sejam, dimensionaram pequenas explosões em um sentimento: morremos todos. mas agora, nos reconstruíremos para a vida. aos familiares e amigos, toda a força desse mundo, e que saibam encontrar um caminho de volta e conforto em seus corações.
quarta-feira, 23 de janeiro de 2013
fôlego (apenas respire)
O caminho é tão curto e isso me parece tão distante... Dois ou dez passos do parque, meu coração louco pedindo verde e vento frio no rosto. As mãos sempre tão quentes desejosas de acharem recanto mas o coração é tirano e odeia as palavras, e eu que as amo tanto o que faço? Queria te dizer tantas coisas, viajar em cada capilar das tuas íris e poder compartilhar sorriso sem perigo, mas esse coração louco e insano me apreende as palavras e aí quedamos num mar de imprecisão e confusão. Cabeça trabalha feito louca, mas o coração cansa... Tum. Tum. Tum. Chamada não atendida, aperto no coração? Se ao menos ouvisse esse sonzinho, já me sentiria próxima o bastante... Não sei, palavras vão dilacerando, coração trancafiando letras. Talvez anúncio de uma verborragia escaldante. Prepara teus ouvidos, mas principalmente tuas íris: os olhos ficam felizes quando escutam.
domingo, 20 de janeiro de 2013
me aventurar na bad trip do teu olho
oi, menino meu.
só vim aqui pra dizer que tô com saudades. eu sei que a gente se vê seguido, que nossas literaturas nos encontram e que o lobo da estepe sempre nos faz lembrar um do outro com um sorriso amargo. é bom te encontrar assim, de vez em quando... isso faz com que a gente não enjoe um do outro e não se afaste por bobeira alguma. mas eu sou boba sim, moreno, e não tenho vergonha de admitir isso. antes, meu coração era uma flor verde e fechada, numa birra sem fim pra se abrir. passou milhões de primaveras, não faltou chuva, cuidado, nem amor. mas minha bomba flórea insistia em não se abrir. agora depois de toda essa distância e de todo esse limbo de rancor e fingimento, cheguei a conclusão que não tenho motivo pra esconder o que eu sinto. não sou tão orgulhosa como pensava ser. e por eu ser boba assim, não tenho medo de admitir que eu prefiro, no momento, ao menos te ter por perto, mesmo que isso custe enjoar de ti ou de mim. poder viajar no teu olho breu, tentar mergulhar naquela nulidade de expressões. mas no fim daquilo que não me diz nada, eu encontro tudo que eu preciso. sei lá, não me importa. não sei o que me espera, não sei que fim a gente vai ter [provavelmente algo só eu e você e uma conversa mucho loca]. nem me importo. vou ter que me deixar sentir assim, meio coração partido desde o princípio... ao menos teria
começo.
meio.
fim.
só vim aqui pra dizer que tô com saudades. eu sei que a gente se vê seguido, que nossas literaturas nos encontram e que o lobo da estepe sempre nos faz lembrar um do outro com um sorriso amargo. é bom te encontrar assim, de vez em quando... isso faz com que a gente não enjoe um do outro e não se afaste por bobeira alguma. mas eu sou boba sim, moreno, e não tenho vergonha de admitir isso. antes, meu coração era uma flor verde e fechada, numa birra sem fim pra se abrir. passou milhões de primaveras, não faltou chuva, cuidado, nem amor. mas minha bomba flórea insistia em não se abrir. agora depois de toda essa distância e de todo esse limbo de rancor e fingimento, cheguei a conclusão que não tenho motivo pra esconder o que eu sinto. não sou tão orgulhosa como pensava ser. e por eu ser boba assim, não tenho medo de admitir que eu prefiro, no momento, ao menos te ter por perto, mesmo que isso custe enjoar de ti ou de mim. poder viajar no teu olho breu, tentar mergulhar naquela nulidade de expressões. mas no fim daquilo que não me diz nada, eu encontro tudo que eu preciso. sei lá, não me importa. não sei o que me espera, não sei que fim a gente vai ter [provavelmente algo só eu e você e uma conversa mucho loca]. nem me importo. vou ter que me deixar sentir assim, meio coração partido desde o princípio... ao menos teria
começo.
meio.
fim.
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