sexta-feira, 27 de setembro de 2013

cortina do tempo

o céu, escuro, prepara-se para a chuva
e o azul aos poucos descolore-se em breu
meu peito pulsa sanguinário caminho constante
que aos poucos quagula em saudade do amor teu

e meu desejo abranda o momento
e meus ímpares olhos se fecham em resgate
e tudo que eu tenho nesse instante
é a tua lembrança - e o trovoar ressoante

a lua preenche o céu devagar
num paradoxo de nuvens que recobrem o luar
e a escuridão toma conta de mim

porque só assim - só assim! -
as memórias se aproximam do real

e só então teus olhos
- breus e meus -
caem, dando espaço à memória
que vive sempre
e nunca dorme.

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