terça-feira, 28 de setembro de 2010

Mon amour, mon ami

E então eu me surpreendi. Porque no fundo eu sabia que tudo aquilo tinha acabado, tinha chegado ao seu fim. Mas então, como um ventinho que não quer nada à anteceder a tempestade, vi aquele sentimento atordoante crescer dentro de mim novamente, vagarosamente, enquanto cada vez mais eu me dava conta daquilo que me cercava. Enquanto cada vez mais eu tinha oportunidade de me abrir e despejar minhas palavras, e a chance de poder ouvir da tua boca as palavras que eu nunca esperaria ouvir, mas que me surpreendiam sempre tamanha sua simplicidade. E aquele olhar severo de repente tornava-se calmo e ferido, e as íris aquosas tão límpidas quanto as de uma criança recém posta ao mundo. E então eu me perdi nos meus pensamentos e me perdi na tua imagem, só ouvia as palavras bonitas escaparem-lhe os lábios em empolgação, e você não as media e nem as analisava como costumava fazer. Apenas as deixava fugir divertidamente pela boca, enquanto teu coração entregava-te de mãos beijadas aos meus ouvidos.

Vê o que de repente acontece? Eu fico assim, toda confusa, toda penosa por te ver assim... Tão derrotado e tão acomodado com tua condição. Eu queria era chegar pra ti e dizer palavras que o fizessem sentir da mesma forma que eu me sinto quando escuto as tuas. Será que eu conseguiria fazer-te assim? Eu ainda estou por tentar. Não sei bem o que dizer, mas se tu por acaso vir a ler isto, saibas: tu me deprimes do jeito mais lindo que pode existir. E não ria da minha cara por isso, não me mal-diga por isso. Me deprimes lindamente e me trás esperança, porque nas tuas palavras eu encontro as respostas das perguntas que eu não tenho força nem de formular. Viu que tamanha complexidade? Ô cara, eu tô totalmente assim: perdida, e é tu que vem me fazendo encontrar.

Então deixa de lado essa barreira boba, esse muro de contenção que tu teima em manter. Deixa de camuflar os teus sentimentos por detrás dessas atitudes bobas de homem, deixa ser o menino belo que tu és. E mesmo que tu continues fingindo, mesmo que tu continues buscando o que tu precisas naquilo que os outros te julgam bom... Não desanima. Estou disposta a entender, e, futuramente, disposta a te fazer ver. Só peço que sorria mais, que fale mais, que encha cada vez mais meus ouvidos com o favo das tuas palavras, e que se deixe falar por mim também.

Me espera. A melhor coisa da tua vida ainda ta por acontecer, mon amour, mon ami.

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