quinta-feira, 5 de abril de 2012

Quatro

Estendi minha mão ao teu encontro. Aquele som calmo compassado aquele baixo delirante o tempo todo me lembrando nossos encontros e o teu jeito. Aquele jeito que eu tanto detestava e amava ao mesmo tempo, a forma como só tu e o teu tipo único o torto eram capazes de me fazer feliz. Uma vez você me perguntou o que era felicidade e eu não soube responder. Uma vez tomou coragem pra dizer que me amava e eu não soube responder. Hoje eu observo atenta o baixo de cada música e meu coração rebenta lembrando de ti. Respondo-te então, o que é felicidade: lembrar de alguém e ter o coração doendo de saudade. E acho – não cheguei bem a uma conclusão, que chamamos isso também de amor. Quero encontrar teus olhos e poder ouvir a melodia escapando deles, rir com teu riso, me entregar na tua alegria, na tua diferença, nas tuas maneiras tão divergentes de ser e pensar. Aquele som me traga e me mergulha – universo de melancolia pura! – eu achando respostas tardias ao som de um baixo infeliz.

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