terça-feira, 24 de maio de 2011

Como uma sinfonia perdida

Eu sou o pesadelo daquela noite de medo
Sou a febre na noite perdida
Sou o banho que lava a agonia
Sou o ralo que leva os sonhos
Sou o pranto, o engano, o recanto
Sou teus olhos vagos que ardiam
Sou o canto e o trote manco
Sou as lágrimas que pela face caiam
Sou o coração louco e insano
que por ti ansioso batia
E a mente culposa e profana
Pela qual, em vão, fugia
Sou o vôo, o refúgio, o encanto
dos dias sonhados nas manhãs tardias
Sou o som das vozes amanhecidas
a alegria das crianças na hora da comida
sou o sonho de viver um dia
o sonho de um sonho ser.
Sou suas mãos enlaçadas em nervosismo
sou os lábios que sussurram "tudo bem"
sou um pouco de bebida e tango
e um pouco de amor também.
Ainda assim, continuo sendo
um sonhador dos tempos passados
Ainda assim continuo vendo
através dos olhos embaçados
E ainda assim, mesmo correndo
Continuo perdido, desolado
E sempre assim
Serei o sonho
Mal sonhado, todo o reino desperdiçado
o coração que se cansou, mas insiste em lutar.

Poesia premiada em 1º lugar no Concurso Literário Municipal de Santa Maria, em 09/11/11.

Um comentário:

  1. Sem palavras pra esse poema, achei lindo - até porque eu não tenho o dom pra escrever poesia. Lindo mesmo, sem mais, por não saber o que falar.

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