Observe, por favor: olhe onde eu realmente estava. Inacreditável, eu sei. Mas ali, parada ao primeiro degrau de descida da enorme escada eu estava.
Olhei a baixo e vi o burburinho aumentar. As conversas correram num sussurro perigoso por todo o salão. As moças bonitas, cheias de cobiças apertaram as mãos. Rezavam para que eu caísse, logo ali naquele imundo chão.
Sentei-me no degrau. Escutei um lamento falso vindo de todas as gargantas. O burburinho cessou atordoado, mas logo recomeçado, voltou-me atordoar.
Levei a mão aos cabelos, desfiz meu penteado. Tirei do cabelo preso a presilha e balancei os cabelos sobre os ombros. O burburinho voltou a cessar.
Imagine o que não pensaram e conspiraram. Quão louca era a pobre menina daquela riquíssima corte? Quão louca era aquela que sempre tão bem portada e boa moça pareceu ser?
Pois aí observas. De nada eles conheciam-me. De nada me poderiam julgar. Porém mesmo assim o faziam, burburinhavam... As moças cobiçosas logo se alegraram ao ver minha vergonhosa situação diante de tal sociedade. Mas vergonha nenhuma eu possuía, pelo contrário, o orgulho me consumia naquele momento inesperado.
Desci as mangas compridas do vestido e o abaixei aos poucos. Restou-me o traje de baixo, a fina casca por assim dizer. E dessa forma, quase que solta, mas não totalmente a vontade, eu me pus finalmente a descer as escadas, um pouco mais calma.
Queria ter eu chegado assim, como eu mesma era, finalmente ao fim.
Senti um ar de dom casmurro aí. Super-cool, muito bem retratado o momento. Muito bom.
ResponderExcluir2bj.
gente ._.
ResponderExcluirque diferente isso que tu escreveu!
muito bonito, diferente, interessante até o final.
adoray gata
:****
Gostei das construções frasais, o texto ficou belo.
ResponderExcluir