Maçãs. Caídas maçãs. No lugar desconhecido haviam muitas maçãs caídas e despedaçadas. Caídas, murchas, dilaceradas. Podres. Já não mais utilizáveis. Maçãs.
Meus joelhos cederam ao chão. De cócoras, observei mais detalhadamente os frutos. Estavam deploráveis e ainda sim cheiravam deliciosamente bem. As larvas e insetos que os possuíam pareciam felizes, satisfeitas... Elas ganharam o que eu não conseguia havido ter. O cheiro era bom, envolvente. O balanço das árvores parecia contribuir para que ele se propagasse.
Inspirei fundo, fechei os olhos. Era bom. Muito bom. Involuntariamente minha mão foi-se estendendo. Toquei a maçã apodrecida. Era suave. Costumava ser saudável... por que não?
Com os olhos já abertos, observei ainda mais de perto os parasitas aproveitarem-na. Divertirem-se. Totalmente inescrupulosos. Tentei afastá-los com os dedos, mas eles, a pesar do tamanho, pareciam-me estar totalmente conscientes de seu poder sobre a situação. Subiram-me os braços, deixaram-me abalado. A maçã foi largada, rolou pelo chão.
Que pecado eu havia cometido?